Há mais ou menos um mês, o Fantástico apresentou reportagem que mostrava uma mulher que processa um antigo namorado pelo fato dele ter lhe transmitido o vírus da Aids propositalmente. O acusado teria feito o mesmo com outra mulher e já estava preso. Ele admitia ser portador da doença, mas negava que tivesse feito a transmissão do vírus com consciência, por má fé, o que configuraria crime de tentativa de homicídio.
A história me fez pensar que o caso aconteceu porque a maioria das pessoas ainda é muito leniente com o uso do preservativo nesses tempos de Aids. Na maioria dos casos, você conhece um parceiro, tem sua primeira relação sexual com ele usando camisinha, a segunda, a terceira e, a partir do momento que a coisa se configura mais ou menos como um relacionamento fixo, o casal abole o uso do preservativo.
Nunca conheci ninguém que dissesse: “Só começamos a transar sem camisinha depois que os dois fizeram teste de HIV e apresentaram um para o outro”. Não duvido que haja, mas deve ser um número ínfimo de pessoas. Pedir isso para o parceiro soaria como prova de desconfiança, o que para um começo de relacionamento seria altamente nocivo, “pegaria” mal. As pessoas preferem se arriscar transando sem camisinha, sem tocar no assunto que é delicado, sim, mas necessário, e vivendo numa eterna roleta russa.
Nem sempre os parceiros são loucos e saem transmitindo o vírus da Aids por aí por loucura. Às vezes, eles simplesmente não sabem que têm a doença. Mas para ambos os casos, prevenção e sensatez resolvem.