quinta-feira, 31 de julho de 2008

Como nascem os monstros...


Cena vista em uma lanchonete no Rio....

Mãe e filha - esta, de aproximadamente 4 anos, e sentada em um carrinho de bebê -, lancham. Elas tomam mate e comem pão de queijo.

Em dado momento, a mãe pede:

-Me vê mais um pão de queijo?

Come a iguaria, e depois dirige-se ao caixa para pagar o item pedido de última hora.

- Tira daqui o pão de queijo - diz entregado o dinheiro ao atendente, no que é interrompida...

- Mamãe, assim você vai ficar gorda... Vai comer mais um pão de queijo?

-Não, filha, claro que não... Mamãe vai só pagar....

terça-feira, 29 de julho de 2008

Olha aí, é o meu guri...

No último fim de semana, mexeram com o que tenho de mais sagrado: minha família. Mais especificamente com meu irmão. Meu traste favorito se envolveu em um acidente de carro na madrugada de sexta para sábado.
A notícia só chegou até mim ao meio dia do sábado, quando minha mãe me contou que meu irmão havia ligado momentos antes pedindo a presença do meu padrasto, que é policial, para resolver uma pendenga em um acidente de trânsito no qual ele estava envolvido, mas estava bem. Segundo ele, dois policias que estavam no local estavam dificultando a coisa (leia-se querendo suborno).

Tomada de ódio profundo ao saber que meu irmão estava nas mãos daqueles achacadores, liguei na mesma hora para ele para saber em que pé estava a história. Fui informada de que a situação já havia sido contornada, que ele estava em um posto médico e prestes a receber carona dos tais policiais que o deixariam em casa.

Tomada de pânico, pavor e histeria, proibi, implorei para que ele não entrasse em carro de polícia nenhum, que me esperasse no posto que eu iria buscá-lo. Disse ainda que não queria policial nenhum sabendo aonde ele mora para depois fazer achaque em domicílio.

Por sorte, um grande amigo que tem carro estava por perto, e se dispôs a me ajudar na história.

Partimos para o posto e, ao chegar lá, pronta para xingar os urubus fardados, me deparei com meu irmão, sozinho, e todo remendado. Ele teve que se submeter a um micro cirurgia na barriga, na qual levou sete pontos, mais outros três pontos no abdômen, mais três pontos no queixo, edema na cabeça - que bateu no pára-brisa -, e inúmeros mini-cortes pelos braços, cabeça e orelha. A vontade de meter a porrada nele(como bem cabe a uma irmã mais velha)por ter se envolvido no acidente foi por água abaixo, e eu só queria pegá-lo no colo (coisa impossível, já que ele é bem maior que eu), abraçá-lo bem forte e saber quem tinha feito aquilo com meu neném (mesmo sabendo que ele mesmo tinha sido o responsável pela merda, já que entrou em um carro dirigido por um colega que estava bêbado).

Contive-me, perguntei se estava tudo bem e o levei até o carro. Lá, pedi para que me contasse o que tinha de fato acontecido. Ele disse que o amigo que dirigia- e que ficou bem mais ferrado que ele -, estava bêbado e porrou o carro em uma mureta de proteção da estrada. Os senhores policiais apareceram, e disseram que podiam até liberar a turma, mas que, com a “Lei Seca”, não podiam facilitar assim... que era difícil. Os meninos argumentaram que tinham “pouco facilitador” (leia-se dinheiro), mas que queriam resolver logo a situação. O “logo” foi da 1h da manhã – hora em que aconteceu o acidente -, até às 4h – hora em que os homens da lei se convenceram que eles realmente não tinham dinheiro e resolveram levá-los para o hospital.

A vontade de meter a porrada no meu irmão voltou com força total ao saber que ele não ligou pra casa assim que a merda aconteceu. Mas ela foi logo aplacada pelo sentimento de indignação, ao me dar conta de que meu irmão e o amigo dele ficaram sangrando por três horas por causa de uma propina, que, aliás, se concretizou.

Meu irmão contou que alguém foi levar R$ 100 para os abutres que não descolaram dos meninos enquanto não viram a cor do dinheiro. Quando cheguei ao hospital, eles haviam acabado de sair para levar o outro menino em casa. Antes disseram:

-Sabe como é, né? A gente está aqui dando a maior assistência para vocês. Se não trouxessem a nossa “merendinha”, a gente ia ficar bolado.

Sentido-me profundamente violentada, calei-me e segui para um outro hospital para fazer raio-x da cabeça do cabeça de vento do meu irmão. Depois, passei o resto do dia com um nó na garganta, com vontade de chorar, mas sem ter lágrimas, com vontade de ninar meu moleque arteiro e remendado, e querendo que os dias passem logo para vê-lo fora da cama.

domingo, 20 de julho de 2008

FODAM-SE (ou a importância do instinto sexual)


Freud notou que na maioria dos pacientes que teve desde o início de sua prática clínica, os distúrbios e queixas de natureza hipocon- dríaca ou histérica, estavam relacionados a sentimentos reprimidos com origem em experiências sexuais perturbadoras. Assim, ele formulou a hipótese de que a ansiedade que se manifestava nos sintomas era conseqüência da energia (libido) ligada à sexualidade; a energia reprimida tinha expressão nos vários sintomas que serviam como um mecanismo de defesa psicológica. Essa força, o instinto sexual, não se apresentava consciente devido à "repressão" tornada também inconsciente; Revelação da "repressão" inconsciente era obtida pelo método da livre associação (inspirado nos atos falhados ou sintomáticos, em substituição à hipnose) e interpretação dos sonhos (conteúdo manifesto e conteúdo latente). O processo sintomático e terapêutico compreendia: experiência emocional - recalque e esquecimento - neurose - análise pela livre associação - recordação - transferência - descarga emocional - cura.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

MÚSICA DO DIA: Polícia

Polícia
Titãs
Composição: Tony Belloto

Dizem que ela existe
Prá ajudar!
Dizem que ela existe
Prá proteger!
Eu sei que ela pode
Te parar (matar)!
Eu sei que ela pode
Te prender!...

Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...(2x)

Dizem prá você
Obedecer!
Dizem prá você
Responder!
Dizem prá você
Cooperar!
Dizem prá você
Respeitar!...

Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...(2x)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Brindo à casa, brindo à vida, meus amores, minha família...


Muito triste a história do menino João Roberto, que foi baleado por policiais militares no Rio de Janeiro... Assim como é muito triste a história dos jovens do Morro da Providência que foram entregues por militares para morrer na mão de traficantes...

Muito triste também a história do jovem Thiago Oasen... Ele morreu porque não quis parar em uma blitz porque não tinha carteira de motorista da moto que pilotava.... acelerou, foi perseguido e alvejado por policiais...

A lógica comum que funciona (funcionaria)em todos esses casos é a de que a polícia presta um serviço à sociedade cada vez que mata um (suposto) bandido... isso seria "justificável"... mas, "dessa vez", mataram um inocente.. deu merda....

Enquanto matar bandido for justificativa para se "fazer justiça", inúmeros casos atrozes como esses continuarão acontecendo... e sempre serão atrozes porque, mesmo que sejam bandidos, eles terão família, alguém que vai reclamar seu corpo cheio de balas... alguém que vai questionar o fato de não serem presos ao invés de mortos... Ou você acha que bandido não tem família? Não tem mãe, pai ou irmão? E se fosse seu irmão ou algum familiar seu a atentar contra a lei? Ia querer que ele fosse preso ou que fosse metralhado?

Não estou aqui fazendo apologia de nada.. apenas das leis e da vida... Quero que o bandido seja preso... quero que se cumpram as leis... no meu país, tecnicamente, não tem pena de morte.... e se tivesse, o cabra teria que ser preso, julgado e condenado... não metralhado em praça pública.. assim como fizeram com um menino inocente... assim como poderia ser um meliante que tem pai, mãe e irmãos... Todos chorariam diante de tal barbaridade... Se fosse meu irmão, seu irmão... eu não gostaria que ele fosse metralhado.. Muito menos uma criança inocente...

Enquanto a sociedade achar normal matar bandido (e tal pensamento justifica a ação infundada de policiais mal preparados) enganos mortais e atrozes continuarão acontecendo... e nós continuaremos perdendo vidas e a razão..

Que Deus conforte todos os pais que perderam seus filhos de forma violenta... Que Ele pese sempre Sua mão para que haja justiça no mundo...

Que Deus tenha piedade de nós... que tire os pecados do mundo... que nos conceda a paz... a Sua paz....

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Imagem não é nada... Sede é tudo


Dia desses, estava eu conversando com um amigo sobre a questão da imagem... Disse a ele que andei fazendo uma análise sobre a minha, e que tinha mudando alguns comportamentos por entender que eles passavam uma imagem errada de quem realmente sou (veja bem, disse que mudei alguns comportamentos, não quem eu sou..rs)

Só que, depois do papo, voltando pra casa, comecei a realmente pensar sobre o assunto e vi que abri mão de um monte de imagens (ou estereótipos) daquilo que realmente sou pra não passar a idéia daquilo que realmente sou... complicou? Explico...

Tenho um grupo de amigas que amo muito e que, nas internas, às vezes não tem exatamente a ver com as imagens que passam para os demais mortais que não têm o prazer de conhecê-las de verdade...

Explico de novo... rs...,

Tem uma que é uma fofa, com cara de anjinho, que às vezes parece indefesa, mas às vezes também sabe muito bem o que quer, como quer, e me dá conselhos que nem eu mesmo acredito que estou ouvindo aquilo da boca da figura...

Tem outra que parece um furacão... que parece que vai derrubar tudo por onde passa..
Parece sempre ter certeza de tudo, sempre ter conceitos, repostas prontas e indeléveis pra tudo... Mas já vi esse furacão chorar feito um bebê desmamado, ser doce como poucas criaturas no mundo e ter uma ternura (escondida, é verdade) de mãe.

Meu terceiro alvo talvez seja o mais coerente entre suas imagens e ações. Boba, doce, verdadeira, simples e direta... Gradiosa criatura...

Tudo isso pra dizer que um dia descobri que o mundo era um jogo de espelhos, e tal qual criança viciada no novo playstation, resolvi brincar à beça disso... e acabei abrindo mão de um monte de imagens que refletem aquilo que realmente sou... me perdendo entre o ser e o parecer...

Quando se faz isso, você está atrás de proteção, mas tudo na vida tem dois lados, e quando você se mostra forte demais, o peso nas suas costas aumenta, e se você resolve segurar esse peso, as pessoas tendem a achar que você sempre é forte, duron e que segura a onda...

Então vamos lá, coisas que talvez você não saiba sobre mim...

Além de boba (como avisa a descrição desse blog), sou chorona;

Tendo a ser mimada também... Essa mania, adquiri com o senhor Evandro Santos, meu pai... Ele me mimava muito, mas depois que ele se foi, me senti muito sozinha e, pra não parecer chorona, me faço de forte;

Ao contrário do que possa parecer, sou muito carinhosa... praticamente um gatinho enrolado no tapete da sala..rs; A imagem de durona, reclamona e implicante é só para o trabalho.. rs.. Mas, como às vezes trago trabalho pra casa, já viu, né?

Fico de mau-humor quando estou com fome, com sono e diante de gente intolerante e egoísta (ps.: isso não tem nada a ver com ser mimada..rs);

Adoro conversar... tenho dois amigos que se irritam com essa mania.. Um diz que dou papo demais para os garçons, e a outra diz que falo com qualquer um, até com mendigo na rua....