Sábado fui ao show do Rappa na Fundição Progresso. Saí de casa entoando um mantra mental que não ía me estressar. Não ía ficar perto do tumulto, não ía ficar chateada com o povo fumando maconha no meu cabelo, nem passar mal de calor.Enfim, todo esse script foi seguido e tinha tudo para ser um sucesso, já que eu e Sara Paixão( minha amiga Toddynho, companheira de aventuras) conseguimos um super-lugar na escada que leva as pessoas para o camarote. Ou seja, ninguém na nossa frente(muito importante para mim que sou nanica) e uma bela visão do Falcão no palco.
Só que aí chega um casal mala para ficar no degrau de baixo. O moço se coloca na frente da moça e ela fica de costas para mim. Ela não queria que eu dançasse e esbarrasse nela. Começou a projetar o corpo para trás diminuindo drasticamente o espaço do degrau que eu tinha para dançar (não estou falando em termos de largura, não, mas de comprimento de um degrau...rs). Mas quando o Falcão entrou no palco cantando “Mundo Negro” e a Fundição Progresso começou a pular inteira... Não teve degrau certo que me segurasse.. Foi lindo(sinto muitas dores no meu pescoço de tanto que imitei o Falcão balançando os dreads) ... Mas a moça do degrau de baixo queria paz. Daí pediu para que uma amiga entrasse no espaço(?) entre mim e ela no degrau. Ou seja, a bonita ficaria me esmagando e na minha frente. Óbvio que me postei grudada na moça da frente de modo a não permitir que o ar passasse entre nós, muito menos sua amiga.
Depois, ela começou a reclamar das pessoas que estavam passando pela escada e esbarrando nela. Escada é passagem. Queria o quê Pedro Bó? A essa altura do campeonato eu não estava nem aí para ela. Minha única preocupação era segurar no corrimão da escada e não sair voando pela Fundição de tanto que eu pulava. Show lindo(Como me lembro de Alegre(foto do túnel do tempo ao lado)... hihihih). O Rappa alternando clássicos da banda como (A paz que eu não quero/Minha Alma) com sucessos do novo CD como “Monstro Invisível”.Mas a moça de baixo estava irredutível. Queria paz, espaço e tudo o mais. Eis que ela chama reforços e troca de lugar com o namorado que vem para o degrau de cima, na minha frente. Eu, mais uma vez, não estava nem aí. Só pensava se devia pedir um gole de cerveja a alguém que passasse tamanha era minha desidratação (se você pensou por que eu não fui comprar cerveja, esqueça. No way!)
Mas o moço namorado da moça veio para o degrau com tudo. Começou a projetar o corpo dele para trás acabando com todo o meu espaço. Daí, tive que falar já que não estava a fim de ficar em uma guerra psicológica a noite inteira pra ver quem empurrava mais quem.
- Irmão você está me empurrando.
- Não posso fazer nada
- Poxa irmão, dá para todo mundo curtir o show numa boa.
- Você está pulando a noite inteira nas minhas costas
- Irmão, a Fundição Progresso inteira está pulando. Na boa, dá para todo mundo curtir o show.
Depois da minha santa paciência ter se manifestado, ele parou de projetar o corpo e deu para curtir o show. Em seguida, surgiu um espaço na arquibancada e ele foi para lá com a namorada. Passaram a noite toda abraçadinhos e fazendo foto. Sem levantar o bracinho sequer para curtir o showzaço. Ok. Não tenho nada a ver com isso. Eu queria pular, eles queriam ficar quietos. Mas não me obriguem a segui-los. Fazer o que querem. Respeitem meu espaço, meu quadrado, minha escolha. Não sejam cri-cris. Vamos ser educados com as pessoas. Neguinho sai de casa disposto a matar e a morrer para defender seu espaço, opiniões e postura. Na boa, relaxa! É só um show. Vamos brincar, curtir. É por isso que muita gente morre de bobeira... Porque quer brigar. Minha alma ta armada e apontada só para a cara do sossego.
