sábado, 24 de abril de 2010

A pintura do teto

Conversando um dia desses com um amigo sobre os mistérios da sexualidade humana, ouço a seguinte pérola: “Se eu fosse mulher, ou ia dar pra todo, ou ia viver com um vibrador dentro de mim”. Retruquei dizendo que a sexualidade humana tem mais mistérios do que julga a nossa vã filosofia e que mulheres são diferentes dos homens. Não basta encostar para dar choque, sair faísca e vontade de agarrar qualquer coisa que se mexa.

Falei ainda que, em determinado momento do mês (questões biológicas da reprodução), ficamos, sim, mais taradas e que essa lógica mais masculina até funciona. Mas que no dia a dia, a coisa tem que ser estimulada. Tem que rolar um carinho, uma sacanagem no ouvido, um elogio (mulher adora ser elogiada) para ela se sentir desejada e com desejo também. Não que a gente não goste de sexo, é apenas a comparação do apetite sexual de homens e mulheres.

A lógica de sair dando por aí ou se agarrando a tudo que se mexa pode funcionar para a mulher também, já funciona para algumas. Mas até que ponto esse sexo é de qualidade, visto que na dinâmica da loteria do “dar para qualquer um” existe a chance de conseguir um “bom sexo”, mas também, e com mais frequência, a possibilidade de a química não funcionar? Não é à toa que as mulheres vivem reparando como está gasta a tinta do teto. Ou vocês acham mesmo que a gente se interessa por pintura e afrescos?

Então...

Nada do que é humano nos é estranho. Desejo, necessidades, vontades... O limite está naquilo que te faz mal, no que faz mal ao outro e aquilo em que você não acredita. Todo o resto está liberado. Simples assim...