
E ele: “Ok, mas a senhora fique sabendo que o avião pode balançar.
E eu: “Ok” (Com vontade bem grande de dizer ‘foda-se’).
Enfim, cheguei, fui para o meu albergue, mas daí bateu a síndrome de solidão. É terrível deparar-se totalmente sozinho, completamente responsável por você.
A síndrome foi agravada pelo tratamento nada hospitaleiro que recebi no albergue.
Cheguei, preenchi minha ficha, fui informada que teria que adiantar as diárias e fui direcionada para o meu quarto.

Mas eis que chego até o quarto de banho (sempre sonhei usar essa expressão) e NÃO tem água quente!
Ok, no Recife é quente, mas às 2h30 da manhã, com três horas de sono da noite anterior, e com uma temperatura amena, o que é que você quer? Um banho quente é claro! Ficar pelo menos 30 minutos embaixo da água quente relaxando e mandando todas as impurezas do corpo e da alma embora. Mas não tinha! Desci prontamente até a recepção para perguntar se algum outro quarto o tinha e fui informada (com certo ar de deboche) que não havia.
Voltei para o quarto com a síndrome de solidão ainda mais aguda. Reparei também que não tinha roupa de cama. Apenas um lençol forrando a cama. Quase chorei. Sempre choro no meu primeiro dia de viagem... Rs. Lembra-me a solidão do primeiro dia na escola.
Enfim, resignei-me! Fui tomar banho frio (de cinco minutos apenas), e depois enrolei minha calça jeans para servir de travesseiro. Fui dormir dizendo para mim mesma que daria uma chance ao ser humano. Acordaria cedo (o café da manhã era das 7h30 às 9h30), iria tomar café e fazer amizade com os outros alberguistas.
Desci às 8h30 me sentindo bem melhor depois da curta noite de sono. Só que na hora do vamos ver, encontro a mesa do café vazia, e um recepcionista que me apresenta apenas um prato com um pão francês inteiro, e garrafas térmicas com café e água quente para chá. Tinha uma jarra com suco de maracujá também. Juro que me senti uma presidiária com aquela cena. Tomei dois copos de suco para me acalmar, e saí em busca de um novo albergue.

Fiquei na dúvida se trocaria a solidão do meu quarto isolado por um beliche em um quarto com outras pessoas. Mas eis que o Tatá, o recepcionista que me recebeu, me chama para tomar café da manhã com ele, mesmo sem saber se eu ia ficar por lá. Na mesa tinha suco, biscoito, iogurte, frutas e batata doce, que foi o primeiro item que ele me ofereceu dizendo que sempre tinha algo regional nessas refeições. Cara, batata doce foi sacanagem! Minha avó cozinhava isso para a gente tomar café da manhã ou lanchar de tarde. Senti-me tão em casa...(risos)
Enfim, estou agora no meu quartão arrumando as coisas para ir para o “Piratas” ficar com a batata doce.
ps.: no caminho, descobri uma delicatessen que aceita VR. Estou pensando em patrocinar uma noite regada a caipirinha (preparada por mim, é claro) para os meus novos amigos do albergue: a alemã Carol, o Tatá e uma espanhola que não sei o nome ainda.
4 comentários:
ih...viajando sozinha, tá grandinha!
Não muito ainda.. como vc pôde ler.. ainda choro longe da mamãe...rs
vc tá muito barraqueira!!! como assim gritar no avião?!?! ahuhauhuah
banho de 5 min?!?! o que está acontecendo com vc!??!
Vc é louca? leu a parte em que eu escrevi que gritaram comigo? Sou uma vítimaaaa
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