terça-feira, 21 de abril de 2009

Soneto de Infidelidade

Um dos assuntos em voga na minha roda de amigos é a fidelidade. Já havia discutido sobre o tema com a Alethea. Mas, na última segunda-feira, enquanto eu e mais amigas- inclusive a Ale -, torrávamos na praia, voltamos ao debate. A modernidade trouxe muita oferta, muita procura, conflitos diante do modelo amor romântico e a incerteza de sua existência ou se ainda “tem mas acabou”. Nas areias deliciosas do Leme, houve quem defendesse que, quando se ama de verdade, a fidelidade é inerente a esse estado de espírito. Houve quem confessasse amar, mas já ter traído, quem declarasse não acreditar mais na existência da devoção unilateral e quem dissesse não saber como fazer para viver com a possível extinção da fidelidade.

Refletindo com meus botões, acho que quando se ama de verdade, não tem como olhar para o lado, já que o objeto do seu amor te rouba toda a atenção. Mas me questionei se minha “crença” não é fruto de anos e anos de filmes água-com-açúcar da “Sessão da Tarde”. Deparei-me ainda com a frase “A paixão é monogâmica. O amor não. O amor costura para fora de vez em quando”.

É isso mesmo? Quando estamos apaixonados/encantados não conseguimos desviar o olhar? Por outro lado, a certeza de um amor faz com que nos sintamos seguros para sacaneá-lo? Ou há quem diga ainda que não é fiel, mas é leal? Tantas vertentes, possibilidades... Infidelidade é uma tendência da modernidade ou é uma possibilidade que varia de pessoa para pessoa assim como o gosto por maionese?

6 comentários:

Caloã disse...

Acho que existem pessoas fiéis e pessoas infiéis. Mas ambos são frutos do meio onde vivem.

Então crie seu filho para ser fiel, ou você quer que ele trate as mulheres como um homem infiel?

Beijos Eli.

rabino disse...

Se for pra trair, que seja com a pessoa certa. Fui claro?

Eliane Santos disse...

Claríssimo, Rabino... Como sempre... e sábio...rs

Eliane Santos disse...

Shi Caloã... não sei se essa teoria Rousseauniana ainda vale, não... Conheço tanta gente boa que recebeu boa criação e que é galinha... Mas é claro que bons exemplos sempre ajudam...rs
bj

alethea disse...

não me lembro onde li recentemente que o que define a disposição a traição é a ausencia da paixão. quando apaixonados não traimos porque temos nossa atenção toda voltada ao outro. a idéia de uma terceira pessoa é totalmente inaceitável. nós dois nos bastamos e a vida segue assim até que chega o amor... que acaba com esta crença e é usado como desculpa para a traição. a traição seria então a ausencia da paixão?

Eliane Santos disse...

Sensacional, Ale... sua análise lúcida embasou o "A paixão é monogâmica, mas o amor costura para fora de vez em quando.."
bjs