segunda-feira, 1 de junho de 2009

Love story

Ando meio sem inspiração para escrever... Coisa de um momento chatinho que estou passando na vida... Daí, enquanto não vem a vontade de escrever, estou lendo.. Vi esse texto do João Ximenes Braga, no Globo de sábado, 30, e achei fofo. Trouxe para cá, para tentar trazer uma pouco de esperança para esses corações modernosos(risos).

Love story

Ela, brasileira. Ele, canadense, morador de Paris. Conheceram-se numa sauna gay no Rio e, creiam-me, esta é a parte “normal” da história. Naquele dia, a sauna estava fechada para uma festa particular de aniversário. Ele, turista, tinha um amigo em comum com a aniversariante. Ela estava curtindo uma recém-separação.


A primeira troca de olhares na sauna gay já era de amor à primeira vista, mas certa timidez de ambos os lados retardou um pouco a explosão. Até que um casal amigo dela decidiu se impor: na saída da sauna, o sol já nascendo em Ipanema, arrastaram os tímidos para um quiosque da praia. Tomaram um café-da-manhã de levedo e cevada. Até que os cupidos foram embora, deixando nossa protagonista a sós com o canadense. Não demorou muito, estavam na casa dela. Coisa de quem tem idade para virar a noite de sábado e ainda transar o domingo inteiro.

Ele voltou para Paris apaixonado, começaram a manter uma relação via internet, ele insistindo para vê-la de novo.

A partir daqui, acabou a parte “normal” da história.

Vamos ao esquisito: ele a chamou para passar o Natal com ele no Canadá. Com ele e a família dele. Pai, mãe, cachorro, o bagulho todo.

Um primeiro encontro na sauna gay, tudo bem, mas um segundo encontro com a família? Três semanas de sexo via webcam e já está apresentando para a mãe? Qualquer homem normal espera um tempo antes de apresentar a namorada à família. No mínimo uns seis meses. De preferência duas décadas.

Os amigos da moça ficamos deveras preocupados.

— Esse cara é um pervertido.

— Vai te vender como escrava sexual.

— Vai te emparedar no porão, que nem aquele velho da Áustria.

— Vai é botar você pra lavar a roupa da família toda, isso sim. Brasileira, tá achando o quê?

Agora começa a parte muito esquisita da história.

Ela foi passar o Natal com a família dele e todos aqui ficamos apreensivos por notícias, já pensando em contatar a embaixada brasileira no Canadá, a Interpol, a milícia de Rio das Pedras, qualquer coisa. Mas ela voltou com relatos de um conto de Natal com flocos de neve e velhinhos canadenses sorridentes e receptivos.

Os amigos da moça ficamos divididos.

— Que alívio!

— Alívio? Que mãe é essa que recebe em casa uma namorada bra-si-lei-ra e acha normal? Aí tem!

Não à toa, quando a moça começou a ter pequenos problemas de saúde e descobriu estar com concentração de alumínio no sangue, os amigos fizemos coro:

— Envenenamento, ele tá envenenando você!

Seja como for, o namoro transatlântico está para fazer seis meses de webcam e alguns poucos encontros de carne e osso. E parecia ter entrado na normalidade. Pelo menos assim eu acreditava, até reencontrar a moça por esses dias. Lá pela segunda garrafa de cerveja, alguém na mesa fez a pergunta fatal:

— E aí, como vai o canadense?

Ela suspirou. Levou as mãos à cabeça para fazer um pouco de drama, enrolou com a história para um tanto de suspense e, por fim, soltou:

— Ele tá me enchendo o saco para ir morar em Paris.

— E a parte ruim de morar em Paris é…

— Que ele quer ter filho!

— Com você? Agora?

— É, agora. Quer que eu mude pra Paris rápido porque quer ter filho logo. Cismou que, na idade em que ele está, já devia ser pai.

— E quantos anos ele tem?

— Trinta e três.

Fez-se silêncio na mesa. Silêncio pesado. Demorado. Até que alguém disse:

— Só me faltava essa agora… Homem com relógio biológico.

Outro acrescentou, pesaroso:

— Gostava mais dele quando era um psicopata que ia te vender como escrava sexual.

A moça apenas suspirou, concordando.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Elanie ! Boa noite !

Tanta moça por aí louca para viver um sonho desses... E ela chorando pelos cantos...
Fico imaginando o desespero dele quando ela disser que não quer...

Beijo !
Durma direitinho (não perca seu soninho pensando nos problemas pelos quais você está passando)...

Jam...

Eliane Santos disse...

Pois é.. loucuras da modernidade... mas é bonitinho, não é.. Pode deixar que não vou sumir mais não e que vou tentar esvaziar a mente...
bs

Bibi disse...

C_A_R_A_C_A!